Ori, eu, minha vida e o meu destino: porque tudo que eu faço da errado?
Na condição de sacerdote, atendendo
diversas pessoas, e mesmo enquanto professor que atua na educação básica e
ensino superior, é muito frequente na boca das pessoas a seguinte fala : “nada
do que eu faço da certo”, ou mesmo, “todo mundo tem sorte menos eu”. Na
filosofia Ioruba acreditamos numa divindade essencial chamada Ori. Essencial
não apenas por ser necessária para nossa existência, mas no sentido de possuir
o conceito e as razões de nossa existência.
Acontece que no modo cartesiano que
vivemos, fomos ensinados que se você fizer tudo certo, tudo da certo, e
analisando a história observamos que não é bem assim. Infelizmente há diversos
fatores externos como questões culturais que envolvem gênero, etnia, opções
religiosas, questões raciais que podem impedir o desenvolvimento de qualquer
pessoa. O fato é que, na nossa sociedade se elege quem pode vencer ou não.
Trazendo a luz da filosofia dos nossos
orixás, todos estes problemas, de ordem social tem origem no mundo invisível e
tem relação com egbe orun (família espiritual) e Ori (divindade primordial que
nós somos), sendo assim, os desequilíbrios fazem com que nosso ori orun ( a
nossa essência do céu que habita o nosso inconsciente) se desencontre do nosso
ori odé (a nossa essência que habita a nossa cabeça física e esta mais para a
nossa consciência, digamos assim). O desencontro de nosso Ori, faz com que por
mais que façamos coisas ditas certas, inclusive rituais religiosos, não deem
certo, porque há um desencontro de nós em nosso Ori. Por isto é de fundamental
importância sabermos sobre nós, sobre nossa história e as razões pelas quais
estamos neste mundo.
O Ori nos manda mensagem, ele fala
conosco através dos sonhos, porém não estamos acostumados a escrever nossos
sonhos e menos ainda, partilha-los com os mais velhos e ouvir deles uma
palavra. Na cultura yoruba somos seres naturalmente coletivos. Ninguém se faz
sozinho, e os passos que damos na vida são sempre aconselhados pela orientação
dos anciões ou pela sabedoria de Ifa e Exu.
No principio Yorubá, nós quando vamos
nascer, escolhemos o nosso destino, os pais costumam consultar o babalawo para
saber inclusive o nome que deve ser dado para a criança que vai nascer para que
o significado do seu nome coincida com a sua missão.
Estes costumes culturais se perderam
com o tempo, de modo que o fator determinante para dar nome a uma criança é o
artista do momento, o filme ou novela que esta em voga, e com isto, vão dando
nomes sem sentido para as crianças e que no caminhar da vida, estes nomes
perdem o sentido e vão ficando marcas psíquicas nas pessoas.
Ori sem sombra de duvida é um conceito
muito amplo, mas que pouco a pouco precisamos começar a investigar, e esta
investigação começa por uma conversa sincera conosco mesmo afim de que por meio
deste dialogo franco, tenhamos mais coragem de nos abrir e procurar ajuda leal
e sincera de que precisamos.
Consultar o oráculo ajuda muito a
pessoas que estão em busca de se harmonizar e viver bem sobre esta terra.
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